Patinho Feio da Fé-não


Nasci em um lar cristão e estudei em uma escola de freiras.
Algumas piadinhas, que alcunhavam minha família de “quebra-santos”, me informaram sobre minha fé não Católica Romana, mas Protestante.

Explicaram-me o grande cisma. A Reforma determinava o “lado” em que eu deveria ficar.
Vez por outra, uns murmúrios em uma língua não convencional denunciaram-me como “diferente”.
Protestantes prevenidos, apressadamente me indicaram um outro caminho. O meu “lado” Pentecostal quase não-protestante.

Parecera-me o fim do empurra.
Meus pares, protestados pelos Protestantes e Católicos, se consideravam mais espirituais.

Para variar, alguma coisa não se enquadrava. Apesar das línguas um “sotaque estranho” diferenciava-me. A manutenção da convivência com os não-pentecostais indicava a estranheza.
Diante do meu comportamento e convivência, com uma insistência viril apontaram-me Evangélico.

Lá fui eu de novo, só que bem mais localizado. Cristão-não-católico-quase-não-Protestante-Reformado-Pentecostal-Evangélico.
Os olhares de alto-abaixo para minhas roupas, corte de cabelo, penteado e linguagem me deram uma nova identidade. Agora passara a gospel.
O que viria a ser isto ninguém soube me explicar. Mas houve o decreto:
- “Com certeza, você é”. (A certeza gospel não definível).

Caminhei um pouco e percebi que havia perdido de vista os católicos, os protestantes da reforma, os pentecostais e os evangélicos e que eu não tinha nada a ver com os gospels.

Afinal quem seria eu ou não, depois de tudo isto?

Talvez quem saiba um: não-católico, não-protestante, não-reformado, não-pentecostal, não-evangélico e não-gospel?

Hoje olho para trás e sei que não estou perdido. Agradeço toda a colaboração-não, que me fez conhecer e decidir.
Fizeram-me ver “sim”, que sempre quis ser um discípulo de Cristo e bem distante dos muros da fé-não.

Nota importante: Apesar de saber que não sou nenhum cisne, me dou bem como patinho feliz (não-gospel).

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