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Mostrando postagens de 2006

GAIOLA DA FÉ

Pacientemente, graças à internet, li centenas de depoimentos de gente decepcionada em pertencer a uma igreja. Tentei entender os motivos das frustrações e descrenças. Entre várias dezenas de desencantos institucionais, também havia um ou outro repúdio total à fé cristã. Generalizada maioria não perdeu a fé. Cresceu e paradoxalmente encontra-se perdida. No fundo desacredita do ser humano. Deixam suaves pistas que incluem a si mesma. Alguns se atreveram a dizer onde estão e o que procuram. Pude perceber que desejam um lugar despretensioso e que não se intrometa em suas vidas. Intromissão neste caso, designada de policiamento ou legalismo. Optaram por grupos nominalmente informais, mas com todas as formalidades encobertas pela inexistência de cobranças ou intervenções de ninguém sobre si. Para uma geração que usa camiseta-slogan, “ quanto mais conheço o ser humano mais amo meu cachorro ”, esse tipo de fé distante do outro não se estranha. A falta de mutualidade na igreja, cria uma ambiênc

CRISTO É SENHOR

As escavações arqueológicas localizaram em uma parede, alguns rabiscos que representavam um homem com cabeça de burro ajoelhado diante de uma cena de crucificação com a seguinte inscrição: “ Agamenus serve ao seu Deus ”. Esta inscrição feita por algum zombeteiro na época da grande dispersão da igreja em Jerusalém, revela alguns pontos teológicos bastante intrigantes. A principal, vem da dificuldade em olhar para Jesus de Nazaré, o filho do carpinteiro, morto desumanamente e reconhecê-lo Deus. O conceito sobre Deus por demais elevado não permite rebaixá-lo. A pergunta que Jesus fez em particular a seus discípulos concede-nos vislumbrar a grande dificuldade de seus contemporâneos: - “ Que dizem os homens que eu sou ?” As respostas vindas do povo eram confusas. Reconheciam algo de especial, mas não concebiam a profundidade do que viam. Os religiosos dubiamente se incomodavam. – “ Com que autoridade ele faz estas coisas ?” Os próprios discípulos confusos exprimiram. Afinal, “ quem é este

JUSTIÇA

Fico assustado ao ouvir a divulgação dos altíssimos índices de violência e criminalidade em nosso país. Vivemos nos conformando com a " pizza " no final de cada denúncia. Mas isto parece tornar-se o padrão. Cada vez mais vemos isto, e imagino que seja pela impossibilidade da Lei em usar o bom senso a fim de ser justa. Gosto muito de assistir filmes de investigações e julgamento. Ultimamente tenho visto um seriado Law & Order . Interessante observar as barreiras que os promotores públicos têm em condenar um criminoso. Todas as evidências apontam para o réu, porém por alguma questão legal a prova fundamental não pode ser usada, e assim o criminoso sai em liberdade, e algumas vezes com direito de exigir indenização do Estado. No Brasil, isto parece normal, não uma exceção. A minúcia da Lei levada ao pé da letra facilita o escape dos infratores, mas injustamente "beneficia" somente os que conseguem se proteger nas riquezas. A justiça fica com o braço curto. A promot

DEUS

A encarnação só serviria como prova do amor de Deus, se não existisse outra maneira para Ele perdoar. Só valeria como prova, se as opções fossem entre sim e não. Não existindo outra maneira para salvar, o que dizer sobre o tema Onipotência? Se... ... Deus não podia salvar os pecadores senão condenando um justo, onde estaria a sua Onipotência? ... Ele podia salvar por outros meios que não a humilhação, mas não optou por eles, teria sofrido sem necessidade, ou por faltar-lhe de sabedoria? ... Dissermos que Ele sofreu para provar seu amor, restaria a dúvida de seu amor pelos outros seres criados como os anjos, pelos quais não precisou sofrer? Só posso entender que Deus fez o homem livre. Ao dar esta liberdade, sabia que seu imenso poder deveria se adequar harmoniosamente com as decisões do homem. Para não revogar esta vocação dada ao homem, se este lançasse mão da liberdade para contrariar sua vontade, Deus sabia que não poderia fazer uso de sua soberania e simplesmente decretar, mas ter

Pastor ReLevante

As escrituras revelam a dádiva de Deus à Igreja: os “homens-dons”. Entre estes, o pastor-mestre concedido como um daqueles que pode capacitar os crentes para a diaconia [1] no mundo. Mais especificamente a partir da idade média, a institucionalização da fé cristã não buscou servir ao mundo, mas assumiu a missão de trazer o mundo para debaixo de sua estrutura. Mudou-se até a linguagem. A evangelização, de levar a Palavra passou à conquista dos povos. Em virtude da falta de conhecimento, os poderes espirituais recebiam o crédito de serem a causa dos eventos naturais [2] da física, química e biologia. A fé institucional considerada a única capaz de codificar as ações espirituais, adquiriu o status de infalível resposta. Demonstrando-se fiel depositária de Deus e fonte exclusiva da verdade limitou-se a ser mestre de si mesma e descartou qualquer outra fonte de conhecimento. Por outro lado, a sociedade secularizada buscou romper com as fronteiras do conhecimento. Esta aventura científica

Deus Me Fez Para Si

No veículo das interpretações teológicas, ponto de vista humano, vou em direção à Deus. Questão existencial. O encontro da identidade. Despertado pela intuição quis ver a contra-mão deste caminho, ponto de vista divino. Me percebi atraído à Ele pela sua vinda em direção à mim. O encontro do amor. Nada mais. Sem porquês lógicos e quem sabe "Teo-lógicos". Deus em seu imensurável amor, não se importa em constranger nossas teologias. Revela-se como um marido que mesmo traído, arde em saudades de sua amada. Coisas que a Teologia, dirá a Sistemática conseguirá explicar. Ele é amor! Não pode negar a si mesmo. E como Soberano desejou querer. Me fazer para Ele como objeto de seu amor é criar um espaço em seu coração para o desejo. O desejo busca preenchimento. Deus não tem carências e nem precisa de algo! Satisfeito chamou à existência a falta. Sentiu-a com tal intensidade que não hesitou em despir-se e vir me buscar. Seu coração queimava ao querer muito cear comigo. Se expôs! Frágil

Amar Custa Uma Vida

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Nasci em um lar evangélico, tive um encontro pessoal com Cristo na adolescência, sou pastor há dez anos e confesso: Não amo a Deus. Além de observar no primeiro e grande mandamento a exigência e abrangência de um amor total e irrestrito de meu intelecto, força, sentimento e vontade para com Deus, a minha melhor história de amor me denuncia: Fui levado ao altar de núpcias pelo amor que declarara sentir por minha mulher. Diante de Deus, do sacerdote e das testemunhas, em alto e bom som disse as palavras mais expressivas para aquele momento: "- Eu ti amo" e selei o pacto com um suave e doce beijo. Idas e voltas, atritos e detritos. Após a rebentação dos anos e o impacto do labor diário na convivência, me peguei em flagrante adultério comigo mesmo, pois descobri na prática matrimonial que a pessoa mais amada em meu casamento não era ela, mas era eu mesmo. O egoísmo tende a pegar carona no amor a si mesmo e dia a dia é uma luta de titãs. Meus melhores arroubos de paixão durante um