PREFIRO COMER PIPOCA A IR PARA UMA MANIFESTAÇÃO PACÍFICA GOSPEL.
Uma pesquisa do Datafolha apontou que a população brasileira
é religiosa e conservadora.
Está para ser votada uma lei que criminaliza a homofobia. Se
os representantes políticos fazem parte da nação, a proporção garante posturas
conservadoras nos “Poderes Nacionais”.
Esta lei, independente da polêmica, está sob a decisão do
poder legislativo e por fim sanção da presidência.
Não há nenhuma ingerência
popular sobre ela. Por mais que a população grite e esperneie, são os
legisladores que aprovam.
Fico me perguntando por que alguns legisladores
convocam a população para algo que eles são os agentes. Seria como um motorista
de ônibus convocar os passageiros para gritarem: “- dirija!”. Mais ainda, qual
o interesse de um pastor em tal convocação?
No poder legislativo, qualquer parlamentar pode questionar,
sugerir, pedir pareceres, exigir mudanças, inserção ou supressão de artigos. Se
isto se der a partir de uma bancada e ela for uma das maiores como a
evangélica, mais ainda se dará ouvidos às manifestações e/ou exigências.
Sem os devidos acordos e aprovação da maioria, nas duas
casas legislativas, nenhuma lei é aprovada e mesmo depois de aprovada ainda
deve ser sancionada pela presidência da republica, que em caso de veto todo o processo
é refeito. Qualquer lei que preencha os requisitos legais e constitucionais,
que não fira os direitos dos cidadãos, por mais setores discordantes que
existam, pode ser aprovada, pois caso contrário, estarão sujeitas à anulação
pela justiça.
Sabe por que o Código Ambiental foi aprovado?
Não se deu por
causa de uma conspiração, mas porque os parlamentares votaram, mesmo diante das
manifestações que se deram em Brasília.
Convocar pessoas para se manifestarem sobre algo que elas
não têm poder de decisão não faz sentido. Exceto se a convocação tiver outro
objetivo; escuso no caso.
Para que uma manifestação pacífica?
Aliás, uma redundância para o cristão, pois está implícito a
um cristão ser pacífico. Faria um pouco mais de sentido uma manifestação
pacificadora, pois se há algo que a fé cristã deve sempre demonstrar publicamente
é seu poder pacificador. Porém, porque esta não é convocada? Seria por que para
ser pacificador deve-se ouvir o outro e usar de justiça e bom senso?
Daí eu penso: A evidência na mídia garante o assédio
político eleitoreiro com suas propostas polpudas e vantajosas nos mais variados
sentidos.
Este assédio estaria garantido a um pastor que demonstrasse
sua capacidade de influenciar o “povo evangélico”.
A eleição da CGDAB,
convenção que acessa cerca de 12 milhões de fiéis seria uma boa maneira de
demonstrar “força política”.
O candidato ganhador estaria sob o olhar das
câmeras apresentado como o “cara” que tem ingerência sobre as “cabeças”
evangélicas.
Mesmo depois de todo o esforço televisivo, o candidato a quem o Malafaia se opôs, tal qual na eleição paulistana, ganhou.
Duplamente, pois além da eleição apareceu em rede nacional de televisão, nos principais
jornais do país e automaticamente é e será o assediado pela política
eleitoreira.
Abandonado pelas câmeras, solitário na liderança, com os
holofotes voltados para o polêmico Feliciano, resta ao Malafaia demonstrar
sua capacidade de mobilizar os evangélicos.
A melhor maneira seria uma grande manifestação.
Para não correr riscos, já que a imagem está se desgastando,
é melhor convocar cantores aos borbotões para que o povo compareça, afinal o
que levaria o povo evangélico para a praça?
Eu digo: Uma grande “Campanha Evangelística”, uma convocação
para “Manifestação do Poder Pentecostal”, um show gospel inútil com adjetivo fake de “para glória de Jesus”, ou uma
guerra moralista. Pois para lutar pela
justiça e igualdade; atualmente?
Eu não esperaria da maioria do povo evangélico.
Ir a uma manifestação que discordo do nome, “Pacífica”, com
a desculpa de “liberdade de Expressão”, fato consumado pela constituição, em
defesa do culto, também garantido pela constituição, para um objetivo de
efeito nenhum, pois o máximo que se manifestará é a força política do líder,
prefiro comer pipoca.
Por que?
Não se come pipoca sozinho, nem num ambiente tenso, mas
sempre num ambiente descontraído e de boas amizades.
No caso, prefiro comer
pipoca com a minha família, pois afinal se sou a favor da família é com eles
que preciso estar e não numa praça batendo bumbo cuja única vantagem será para quem
mesmo?
A família não se defende na praça, se defende lavando louças juntos.
Me desculpem os ultraconservadores, mas os maiores ataques contra a família não vêm de fora, das leis. O piores e maiores ataques contra a família vêm bem de dentro, do egoísmo, machismo, indiferença, do consumismo, do amor ao dinheiro e ao status social e outras coisas que são colocadas no lugar das pessoas dentro da família.
Eliel Batista
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