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Mostrando postagens de 2008

Não quero ser nenhum dos heróis da Bíblia.

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Quando observo a riqueza literária da Bíblia com seus poemas, histórias, epopéias, metáforas e outras e também quando leio os diálogos de Jesus e me coloco a ouvi-los, percebo suas parábolas instigando a imaginação e criatividade de seus ouvintes. Vejo que comunicar o reino de Deus é muito mais profundo do que reproduzir letras. Percebo que a Palavra de Deus não é como um tipógrafo que apenas carimbou uma história como se repetisse um vicioso círculo. Mas um convite para o uso da imaginação e de toda riqueza da linguagem humana para que se penetre no mundo das palavras e nelas se descubra o tesouro da Palavra de Deus. Tentar reviver a experiência dos heróis da Bíblia, querer conquistar as mesmas coisas que eles conquistaram, demonstra uma pobreza espiritual que sacrifica a individualidade e contraria todo o esforço de Jesus em revelar a possibilidade de experiência pessoal com Deus. A possibilidade de escrever uma história singular a partir de si mesmo na companhia de Deus. Para uma pe

Quem Não For Idólatra, Atire A Primeira Pedra

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Ninguém está completamente convertido dos falsos deuses ao Deus verdadeiro. Todos ainda estamos atendendo diariamente ao chamado profético: - “ convertam-se a Deus ”. A história Bíblica não só propõe, mas aposta que o Deus revelado em sua mensagem, apesar de estar muito além das palavras, descrições e imaginação humana, pode ser experimentado. É o Deus experiencial que desde sempre interage com o ser humano, não sob seu comando, mas numa relação íntegra, verdadeira e livre. Ninguém teria capacidade de criá-lo, pois ele escapa das possibilidades humanas. Nem tampouco moldá-lo, pois está para além de definições. Não é possível dar-lhe um nome pois não cabe em palavras. É livre e poderoso, mas se amarrou à história humana. Existe um conflito entre Deus não ser como se imagina e a necessidade humana de ter pelo menos uma idéia para se relacionar. Não falamos de um relacionamento com o vazio, mas com uma pessoa. Inicia-se aqui a difícil tarefa da conversão dos diversos deuses - fruto da ima

Carta Confessional De Um Pastor

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A religião me matou, mas avisa os meus irmãos que ressuscitei. Descobri que a própria religião, estabelecida para produzir vida, na verdade produziu morte. ( Paráfrase de Rm 7:10 ) Sei que esta carta ficou longa e nem todos se dedicarão a lê-la. Penso que aqueles que melhor me conhecem, arriscarão matar a curiosidade ou de fato me honrarem. Caso você não tenha paciência com longos textos, mas mesmo assim insista, agradeço. Sentirei-me honrado e espero alcançar o objetivo de demonstrar o conflito entre os processos de morte produzidos pela religião e a vida dada por Cristo. Tentarei facilitar a leitura dando uma dinâmica que torne-a leve. Em dez acontecimentos narrarei cinco de uma religião que mata e cinco de Cristo que ressuscita os mortos. Hoje completo mais um ano de existência neste mundão de meu Deus. Evidentemente em função do número de anos, penso sobre minha história de vida e desta vez dedico este pensar à fé. Não tenho uma memória privilegiada de conseguir traçar to

MENSAGEM DA CRUZ PARA A GERAÇÃO “GREENPEACE”.

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A Palavra de Deus permanece para sempre, não por ser fixista. Ela possui uma propriedade peculiar de renovar-se a cada dia, comunicando sempre com a mesma intensidade a sua mensagem, através de percepções adequadas para cada época. Em diferentes períodos da história, a compreensão teológica apresentou um modelo que respondeu ao contexto de sua geração. Na época da ascensão da classe burguesa outrora excluída do papacesarismo - ingerência da igreja no estado, a teologia tipificou Deus como o Soberano que governa por decretos eternos e fixa todas as coisas. Uma boa analogia, mas a meu ver própria apenas para seu tempo. Vivemos um tempo de exigências revolucionárias. Preocupações socio-ambientais, de defesa da vida, de sustentabilidade e contra toda forma de discriminação. Os diversos modelos teológicos do cristianismo, encontram dificuldade em comunicar a fé para a atual geração. Requer-se a busca de novos. Por exemplo, o modelo da mensagem da cruz. A ênfase em um sacrifício inocente com

JESUS JÁ VIVEU A NOSSA VIDA

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Agora é a nossa vez de vivermos neste mundo como filhos de Deus. A posição de Jesus como intercessor ( Romanos 8:34 ) e promessa de presença contínua ( Mateus 28:20b ) afirma que Ele já viveu de uma vez por todas o que vivemos e não poderá fazê-lo novamente. Cumpre a cada um assumir sua responsabilidade de viver a vida como ela é contando com a graça de Cristo ( 2 Coríntios 12:9-10 ). Jesus experimentou integralmente a nossa vida terrena e conhece por vivência nossos sofrimentos e limitações. Se fez fraco e pobre identificando-se integralmente com a humanidade , mas sem pecado. O Pai o entregou a esta vida, não o poupou. Quando Cristo entrou no mundo, o Pai deu ordem aos anjos que não se intimidassem com sua forma tão humana deixando de adorá-lo ( Hebreus 1:6 ) e enviou o Espírito Santo para que testificasse sua filiação ( Mateus 3:16-17 e Romanos 8:14-16 ). Assim como o Pai deu autoridade de vida ao Filho ( João 5:26 ), Ele dá a vida para cada um de nós ( João 5:21b ). Vida esta, co

A submissão é medieval?

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Submissão é muito mais do que um consentimento calado. Não se trata de subserviência. É uma postura interior que coloca em prática os valores do Reino de Deus. Alguém com esta virtude em seu coração sabe com mais intensidade o valor da vida em comunidade e sua sensibilidade espiritual é muito mais apurada, pois compreende o que significa ter o Espírito de Cristo e consegue olhar com bons olhos para o outro considerando-o importante. É por esta razão que a submissão permeia toda a vida cristã, como diz a Bíblia: - " Sujeitai-vos uns aos outros em amor". - "Sujeitem-se aos vossos líderes", - "Sejam submissos às vossas autoridades (governamentais)", - "Submetam-se aos vossos pastores, pois velam pelas vossas almas", - "Filhos sejam submissos aos vossos pais". A submissão Bíblica não existe por razões hierárquicas, mas sim em função de valores nobres de reconhecimento e também espirituais, pois salvaguarda as relações em sociedade. A submi

Conflito Teológico

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Quero pensar na Teologia como exercício humano para rabiscar interpretações sobre Deus. E em Antropopatia como a experiência divina em se revelar “legível”. Ou quem sabe como disse João, uma espécie de braile: “tocamos a Palavra”. Constrangedoramente a tensão existente entre Jesus, o Deus encarnado, e os escribas e fariseus era de ordem Teológica. Interessante observar a história bíblica demonstrando constantemente, a interpretação humana dada a Deus em choque com as ações divinas. Habacuque, Jeremias, e outros, em admirável surpresa testemunham isto. A interpretação que fazemos do divino na Bíblia, temos como Lógica de Deus. E Deus? Apesar de ser conhecido apenas por interpretação, paradoxalmente não se interpreta, Ele é; se revela. Neste conflito entre Deus versus Lógica de Deus, o homem teimosamente defendeu a sua Teologia como mais verdadeira do que o próprio Deus revelado: Jesus Cristo. A crucificação que o diga. Uma tensão milenar entre o que se pensa dEle e o que Deus faz. Nós

Arriscando a Pensar Sobre a Dureza Da Vida

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“E Deus viu tudo o que havia feito, e tudo havia ficado muito bom”. Gênesis 1:31 Tentar relacionar um Deus bom com um mundo mal, pode levar a inúmeras conclusões, inclusive a uma das premissas do ateísmo em deduzir que Deus não existe. Ao pensar sobre a dureza da vida, não me atreveria considerar possuir uma resposta. Apenas arrisco-me a compartilhar alguns pensamentos que satisfizeram minha alma, acalmaram meu coração e me desafiaram a crer com maior vigor em um Deus que ama. Como compreender que Deus se deu por satisfeito com a criação, se constantemente acontecem coisas ruins em nosso mundo? Se Deus é o autor da vida, e tudo acontece por sua vontade por que nascem bebês com deficiências graves? Estes e outros questionamentos da mesma natureza permeiam o pensamento humano, principalmente daqueles que como Jó, sofrem. A realidade. Não existe possibilidade de se criar alguma coisa eterna. Se algo passou a existir por natureza é limitado, pois teve um começo. Deus trouxe à existência t

OUTRA LITURGIA PARA OUTRA CULTURA

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Todas as sociedades primitivas possuíam cerimônias especiais conhecidas como ritos de iniciação ou de passagem. Mais do que uma transição individual, os ritos representavam a sua aceitação e participação na sociedade. Compreeder os ritos em sua essência, ajuda o ser humano a lidar bem com as mudanças da vida e a assumir novas responsabilidades. Ajuda também, a dar melhor historicidade e firmar valores pessoais. Os rituais costumavam pontuar desprendimento, fechando um ciclo existencial e dando inicio a outro. O indivíduo deixava para trás coisas velhas para assumir outras novas. Declarava-se no rito uma mudança de atitude e até mesmo de alteração de um grupo de relacionamento pessoal. Vez por outra, o indivíduo chegava a trocar de nome o que representava uma radical mudança, uma declaração de ser uma nova pessoa a partir daquele instante. Apesar do esvaziamento do significado original, alguns ritos ainda subsistem. Hoje em dia, as comemorações de 15 anos representam muito mais um event